Sob Tua Palavra Lançarei as
Redes
(Lucas 5.1-7 e 10).
A tarefa prioritária da Igreja e de seus membros é ganhar pessoas para
Jesus, pregar o Evangelho, envolver-se com a obra missionária. Qualquer outra
atividade pode ser interessante ou importante, mas deve sempre ter posição
secundária em relação a essa tarefa principal. O mais importante é que a Igreja
de Jesus cresça, de modo que o Senhor, como recompensa pelo Seu sofrimento,
possa a cada dia acrescentar à Sua Igreja os que forem sendo salvos, para que
se complete a plenitude dos gentios (Rm 11.25). Alguém disse certa vez:
"Aquilo que é bom é inimigo do que é melhor". Portanto, não devemos
gastar nosso tempo com a coisas que nos parecem boas, esquecendo o que
realmente é o mais importante, o que é prioritário aos olhos de Deus.
Precisamos sentir um peso no coração!
"Aconteceu que, ao apertá-lo a
multidão para ouvir a Palavra de Deus, estava ele junto ao lago de Genesaré; e
viu dois barcos junto à beira do lago..." (Lc 5.1-2). Quando o Senhor Jesus viu a multidão que O apertava para ouvir a
Palavra de Deus, Ele ficou profundamente comovido. Por isso Ele buscou
imediatamente uma maneira de transmitir-lhe a Palavra, olhando em volta à
procura de um barco.
O Senhor procura por pessoas dispostas
Em Lucas 5.1-3 lemos: "...estava ele junto ao lago de
Genesaré; e viu dois barcos junto à praia do lago; mas os pescadores, havendo
desembarcado, lavavam as redes. Entrando em um dos barcos, que era o de Simão,
pediu-lhe que o afastassem um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do
barco as multidões." Para cumprir a Sua tarefa de salvar os
perdidos, o Senhor quer usar pessoas que já foram salvas por Ele. Naquele tempo
Ele estava junto ao lago para dar o pão da vida aos ansiosos e famintos. Ele
usou homens e também o barco de Pedro para levar a Sua Palavra às pessoas: "Entrando
em um dos barcos, que era o de Simão..."
Como o Senhor quer usar-nos? Ele nos usa quando pode dispor daquilo que
nos pertence. Jesus entrou "...em um dos barcos, que era o de
Simão...", mas então "pediu-lhe que o afastassem um
pouco da praia." Ele quer usar toda a nossa vida – com tudo que
somos e tudo que temos – em Sua causa, para que pessoas perdidas sejam
eternamente salvas.
Olhando para o que realmente importa
Está escrito: "...mas os pescadores, havendo desembarcado,
lavavam as redes. Entrando em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que
o afastasse um pouco da praia; e, assentando-se, ensinava do barco as
multidões" (Lc 5.2-3). Esses pescadores estavam ocupados com suas
atividades do dia-a-dia, eles estavam realizando uma tarefa necessária, pois "lavavam
as redes." Isso faz parte do trabalho de um bom pescador. Apesar
disso, o Senhor Jesus tirou-os desse trabalho necessário e fez com que seus
olhares se voltassem para um trabalho muito mais importante.
Comunhão pessoal com Jesus
Antes que o Senhor Jesus alcançasse a multidão, Ele "entrou
em um dos barcos, que era o de Simão, pediu-lhe que o afastasse um pouco da
praia." O período que Pedro gastou afastando-se com Jesus da
praia foi um tempo em que ele esteve a sós com Jesus. Isso foi extremamente
importante para ele.
Também para nós esses momentos têm o maior significado. Estar a sós com
Jesus, "um pouco afastados da praia", a hora silenciosa com o Senhor,
não é o cumprimento de um dever, mas algo necessário para podermos respirar
espiritualmente. Esses são os períodos mais frutíferos para nós, pois eles
permitem que alcancemos outras pessoas com a mensagem da salvação e passemos
adiante as bênçãos recebidas.
Indo mais longe
Depois que Jesus havia ensinado a multidão que estava às margens do
lago, "disse a Simão: Faze-te ao largo, e lançai as vossas redes
para pescar. Respondeu-lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada
apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. Isto fazendo, apanharam
grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes" (Lc 5.4-6).
A ordem do Senhor a Pedro: "Faze-te ao largo", aparece
na Bíblia Viva como: "Agora saiam mais para o fundo". O
Senhor está interessado em ampliar as fronteiras, em expandir sempre mais o
Evangelho. Precisamos pensar em alcançar cada vez mais pessoas, não devemos
deixar de remar, de avançar mais para o fundo no mar das nações. Temos que
parar somente onde o Senhor mandar fazê-lo, e ali devemos lançar as redes.
Não deveríamos poupar esforços no sentido de continuar procurando
oportunidades para cumprir a tarefa prioritária da Igreja de Jesus. Mas isso
também exige confiança total nas promessas da Bíblia.
Confiança inabalável em Jesus
Jesus prometeu: "Toda a autoridade me foi dada no céu e na
terra. Ide, portanto... pregai o evangelho a toda criatura... E eis que estou
convosco todos os dias até à consumação do século" (Mt 28.18-19; Mc 16.15;
Mt 28.20). "Porque a Tua palavra o diz, Senhor, eu oro. Sob a Tua
palavra, eu vou, pois não tenho outra coisa em que possa confiar. Pessoas nos
decepcionam, mas sob as ordens da Tua palavra eu obedeço e vou!"
Pedro ousou confiar na palavra de Jesus. Ele lançou as redes e não se
arrependeu: "Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes;
e rompiam-se-lhes as redes... Disse Jesus a Simão: Não temas; doravante serás
pescador de homens" (Lc 5.6 e 10).
Até que amadureça em um coração a firme convicção de não mais olhar para
a esquerda ou para a direita, mas de simplesmente agir sob a palavra de Jesus,
é preciso ter fé. Deus não apela às nossas emoções, nem à nossa imaginação, Ele
apela à nossa vontade. A respeito disso li recentemente:
"Eu gostaria" – "Logo farei" – "Estou
fazendo"
Essas três expressões representam três tipos de pessoas. Não é difícil
adivinhar para quem valem as promessas divinas e quem será bem-sucedido em sua
vida de fé.
"Eu
gostaria" – Quem se expressa assim, mostra
saber que sua vida não está em ordem, demonstra que tem anseios de viver
"outra vida", gostaria de deixar de lado todas as dúvidas e
inverdades, mas não consegue tomar uma decisão clara. Tais pessoas não querem
realmente. Elas ficam desejando mudar sem conseguir sair de sua situação.
"Logo
farei" – Há o reconhecimento de que não se
pode continuar do mesmo modo, é preciso deixar a indefinição de lado, toma-se
uma decisão – mas ela fica para depois.
Ao contrário, quem diz "estou fazendo" não fica só nos desejos
e anseios, mas toma uma decisão firme e dá passos concretos.
Foi o que Pedro fez quando Jesus colocou-o diante da decisão. Primeiro
ele pronunciou o grande "mas" de sua vida, porém, depois foi: "...mas
sob a tua palavra lançarei as redes."Milhões de pessoas já seguiram as
ordens de Jesus – quanto antes nós também o fizermos corajosamente, tanto antes
Ele poderá receber-nos em Sua comunhão e usar-nos em Seu serviço.
Jesus espera por estas duas pequenas palavras em nossa vida – agora e
sempre: "estou fazendo..."
Tornemo-nos pessoas que, "sob a Sua palavra", deixam-se chamar
para a amplitude e a profundeza das possibilidades de Deus! Somente quando
damos passos firmes "sob a Sua palavra" tornamo-nos verdadeiramente
pescadores de homens!
Um pescador...
Um pescador conhece os peixes
Ele sabe em que águas se encontram, ele conhece seus hábitos, ele sabe
onde se escondem. Alguns se encontram em águas profundas, outros em águas
rasas. Alguns nadam sozinhos, outros em cardumes.
Um pescador conhece as épocas
Ele sabe quando é hora de sair para a pesca e quando deve esperar. Nem
toda hora é hora de pescar. Há horários em que é inútil lançar a rede. Há
horários em que os peixes vêm por si mesmos. Por isso o pescador precisa saber
e observar a hora certa para pescar.
Um pescador conhece os seus
instrumentos de trabalho
Existem diferentes maneiras de pescar, que exigem apetrechos diferentes.
Para certos tipos de peixes usa-se o caniço, enquanto outros são pescados com
redes. Um pescador decide se vai levar o anzol ou o arpão para pescar. E ele
sabe lidar com todos estes apetrechos e instrumentos.
Um pescador não deve ser visto
Ele não deve chamar a atenção. Ele não faz barulho ou movimentos
bruscos. Ele não agita a água. Nem a sua sombra deve projetar-se na água. Um
pescador não deve expor-se em seu trabalho. O importante não é o próprio
pescador, mas o que ele faz.
(Adaptação do texto de Norbert Lieth)

Nenhum comentário:
Postar um comentário